Lançamento Oficial "Identidade Elaborada" & "Pr'alma"

27/04/2003

Cá estamos nós mais uma vez para mais uma reportagem sobre mais um dos vários eventos Hip-Hop que se vão passando pela nossa cidade, a reportagem sobre o espectáculo de lançamento do disco Onjango "Identidade Elaborada" e 7Xagas "Pr'Alma". Esse espectáculo foi mais uma vez no Teatro Elinga.

Devido a umas andanças chegamos (KQOVEIRU, Thug-Sil, N'Dombe C e Man Graffiti) ao Teatro Elinga às 16h05. À primeira vista parecia vazio, mas depois de nos aproximarmos mais um bocado vimos que o mambo tava ao contrário, no lugar que servia de palco estavam as cadeiras e onde ficavam as cadeiras estava o palco e a mesa do "Dê Jota". Revolucionário estava a dar abertura ao evento falando um pouco sobre a sua visão sobre o que é o Hip-Hop agora (muito mais música do que antes)  e sobre os albuns lançados no evento - Onjango - Identidade Elaborada e 7Xagas - Pr'Alma . Esses dois albuns e outros estavam a ser vendidos lá. Depois da introdução de Revolucionário fomos "atingidos" com uns tantos sons do DJ MC K. Por volta das 16h40 Revolucionário voltou a pegar no mic para anunciar o programa para o espectáculo.

Embora nos tenham várias vezes dito que o evento foi pontual, o espectáculo só começou de facto às 17h05. Não queremos dizer que a culpa tenha sido dos organizadores, porque dessa vez alguns dos participantes é que atrasaram e fizeram com que o espectáculo começasse atrasado.

A primeira actuação depois, de alguns testes, foi de Carbono, que participa na 3ª colectânea da Masta K, que deu apenas uma pequena bandeira no 1º verso. Depois foi a vez de Ndombe C (também participa na 3ª colectânea) que deveria subir ao palco com Preto e Aba mas subiu apenas com o Preto (o Aba fugiu) para cantar 2ª parte da sua música Sistema Alienatório. Ndombe C foi muito "invadido" por muito feedback, o que fez com que baixassem o volume da sua música. Houve também um pouco de atrapalhação nas partes de Aba que não apareceu pra cantar. Qdo chegou a vez do Preto, pra não quebrar o ritmo, depois de vocar 1 quarto da letra esqueceu o resto completamete e ficou a fazer o "background" da letra dele a apontar o dedo sei lá pra onde enquanto ouviamos a música (mais uma vez, tipo rádio). Ndombe C manteve-se firme e saiu do placo mto f*d*d*, enfim... A seguir actuou Honório (também na 3ª colectânea Masta K) que antes da sua actuação propôs que ouvissemos o hino e pensassemos nas coisas malaiques que estão a acontecer no nosso país; foi das melhores actuações e surpresa do espectáculo e conseguiu arrancar do público aplausos. Depois subiram ao palco Supremo Regimento que começaram com uma pequena atrapalhação mas mais tarde entraram nos carris. Depois foi a vez de Muginga, que também arrancou muitos aplausos com uma mensagem apresentada de forma muito cómica e obviamente sem dar atenção ao beat e uns coristas com voz de gaita ou quê! Mas valeu...
Um dos finalistas do concurso de freestyle do Big Show, Extremo Signo vocou uma música sua mesmo por com umas ligeiras bandeiras dos mic's (falaremos disso no fim) e a seguir, embora o espaço fosse seu, vocou todo o seu grupo UnoCzar (infiltrados, mass tasse bem). A seguir subiu um duo que também não desapontou e aproveitou para fazer a apresentação do seu novo trabalho, Hemoglobina, (foi playback, não tinham beat, mas a plateia curtiu). Enquanto eles cantavam, os seus discos iam sendo vendidos e Denexl saiu bué "condende" qdo foi receber a caixa de discos e viu que estava vazia...
Às 18h25 subiu ao palco MC K c/ Brigadeiro Mata-Frakuxz para cantar algumas músicas do seu album "Vou escrever mais o título pra quê?". A seguir Brigadeiro "tentou" cantar a sua parte da música de MC K "Tópicos pro artigo" num beat de Drum'N'Bass (qdo eu não sabia chamaria aquilo de Techno). O pessoal aplaudiu. Logo a seguir entrou Revolucionário com algumas músicas e "partes" de músicas que muito provavelmente virão no seu album. Às 18h45 subiu ao palco Brigadeiro Mata-Frakuxz para com Revolucionário "representarem" o Onjango. Cada um vocou apenas a sua parte da música "Planeta África". Depois disso continuaram os dois em palco e Mata-Frakuxz fez a sua parte incluindo músicas do single e uma que vem para o seu EP (ainda duvidoso por makas com VRZ).

19h10, começou o fecho do espectáculo com algumas palavras de Brigadeiro Mata-Frakuxz e NK falando de um projecto futuro DFM (Duas Faces da Mesma Moeda, não é o DFM dos Provisórios) e um selo (label) MENINO DE RUA. A seguir Revolucionário falou (com umas tantas interrupções do público e do som) também um pouco sobre o espectáculo, dizendo que foi algo feito com mto pouco dinheiro, pouca gente a colaborar, os grupos atrasaram (esse hábito vai ser difícil de quebrar) e deveriam ter chegado e entregue os discos antes do início do espectáculo, e pediu também q os grupos se preparassem melhor, tem toda a razão. A seguir foi a vez de 5 pessoas do público para darem as suas opiniões sobre aquele e outros espectáculos. Os comentários foram variados: "...convidem grupos diferentes e não sempre os mesmos grupos...", um jovem de Benguela pediu para que convidassem grupos de Benguela, Carbono sugeriu que se fizessem mais cenas do género e o último participante pediu que melhorassem o som, não só os micro's como também as mesas e também que todos aqueles que fossem ao palco fossem pra cantar em vez de brincar.

No Final, foi difícil decidir se o espectáculo estava de facto bom ou mau, primeiro porque fomos pra o Elinga MUITO CANSADOS e eu pessoalmente (Mário Pinho) estava a pensar mais na minha cama do que no espectáculo. Demorou menos tempo, com relação aos espectáculos anteriores, mas a selecção dos participantes foi muito boa (tirando as bandeiras) e ninguém ficou cansado (excepto com o Preto). O facto de demorar menos é uma vantagem porque evita o cansaço do público como acontecem em muitos casos, mas para alguns também deixa uma certa insatisfação, talvez mais 2 ou 3 actuações e estaria na medida certa. A qualidade sonora estava boa, haviam sim falhas no que muita gente julga ser o microfone, mas deixo já a minha opinião técnica, se não é do cú é das calças, os problemas não são nos microfones porque se assim fosse o som não ficava num vai e vem, o problema é sim dos cabos, problema que tem uma solução extremamente fácil e rápida  com um um pouco de estanho e um ferro de soldar (ou um garfo aquecido). No meio do espectáculo os cabos foram substituídos por outros em melhor estado, o que melhorou essa falha na parte final do espectáculo. Uma outra falha técnica que pode ser solucionada é o posicionamento das colunas, elas devem ser colocadas viradas para o público e a frente do palco para que o feedback seja mínimo e se evite o espectáculo de apitos e zumbidos que houve com a actuação de Ndombe C (depois viraram as colunas). Tentarei transmitir essas dicas aos organizadores de próximos eventos. Ainda na parte mais técnica, foi de elogiar a iluminação do mambo, tava muito fixe e ajudou muito pras fotos.
Foi lamentável a ausência dos restantes membros do Onjango e de 7Xagas para a apresentação do seu album "Pr'Alma", é óbvio que é algo difícil de conseguir (pelo menos por enquanto) mas se isso acontecesse ia cuiar pra caraças.

O mambo valeu a pena sem dúvidas, eu acho q tinha mais mambos pra comentar e escrever, mas como passei 1 mês e 1 semana a escrever essa reportagem, escrevi o resto...

 

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