Entrevista: MC K

28/08/2002

Cá estamos nós, para a apresentação de mais um trabalho de Hip-Hop nacional e um dos seus trabalhadores, MC K (Katrogipolongopongo), sem dúvidas por todos conhecido.
Foi num Sábado dia 28/09/2002 quando fomos a caminho da casa de MC K, ainda cruzando com Raf Tag e Armadura Humana no caminho, ali na feira do Livro em frente ao IMIL / Makarenko. Era suposto chegarmos às 16h mas devido a certos imprevistos, nós, Mário Pinho "KQoveiru", Ndombe C & Preto chegamos lá pouco depois das 17h e MC K já não estava no cubico. Malaique... Depois de umas investigações lá conseguimos encontrar MC K nas redondezas e fizemos a entrevista.

                                                

Prov: Podemos começar por falar um pouco de ti, o teu B.I.

MC K: Bom... deixa la ver o meu B.I.. Chamo-me Admiro Yanga António, nasci aos 16/03/81 no Bairro Chabá, aqui mesmo onde estou.

Prov: Que fazes para alem da música, estudo trabalho.

K: Eu estudo e desempenho uma espécie de auto-emprego com a Masta K produções, assim como participo em algumas associações de caracter democrático.

Prov: Como é q começaste nessa cena do Hip-Hop, e há quanto tempo?

K: Eu entrei como eu acho q todos entraram, de forma incosciente, através das músicas e aquela forma de inculturação, absorção das culturas alheias. De forma inconsciente porq primeiro abracei o lado da dança mas não sabia q o Break fazia parte do Hip-Hop, mas já dançava. Mais tarde fui consolidando conhecimentos e descobri q tava a fazer Hip-Hop. Considero a fase inicial '95, aquela fase em q já sabia o que estava a fazer. Oiço Rap '92 mas considero-me MC a partir de '95, fase em que já sabia o que estava a fazer.

Prov: Uma vez falamos, ao falarmos do teu nome, disseste que Katrogipolongopongo foi depois do teu renascimento...

K: é o renascimento cultural, é assim, nós a primeira vez que entramos no Rap, a 1ª dica é abraçar um nome em inglês, no princípio é sempre assim porque não temos consciência do que se está a fazer. Se reparares no quadro todo lusófono temos nomes como MV BILL [lendo-se Eme Vi] que significa mensageiro da verdade, ele põe as iniciais MV [Eme Vi] porque soa melhor em inglês, dentro dos Racionais MC's a maior parte dos Mc's têm um nome em inglês, Cally J, Mano Brown, Ed Rock, Ice Blue, são todos nomes em inglês. Mas quando comecei a aprender as coisas, nasceu aquelaa efervescência do espírito nacionalista, senti a necessidade de criar um nome que identificava a minha cultura, identificava o meu modo de vida, que identificava o meu povo e a minha tradição, foi aí qdo troquei o nome de MC HAMMER, da fase '95 pra baixo, para MC Katrogipolongopongo. Eu é que criei esse nome, esse nome não tem uma significação anterior, a significação é minha, tenho a paternidade do nome e dei o significado de <<paz de espírito, alguém q esta a vontade consigo mesmo>>. Agora a junção das letras era pra criar um nome aproximado a minha tradução, cultura, ao povo, etc.

Prov: A que outros ramos do Hip-Hop estás ligado, para além de ser MC?

K: Eu sempre fui colecionador de músicas e de uma forma ou doutra sempre gostei de tocar, mas nunca me considerei DJ. Gosto de tocar e as pessoas consideram-me DJ por isso... E a outra coisa é a dançar, foi o lado por que eu entrei pro Hip-Hop. Graffiti não, apesar de fazer uns bens malaiques. Digo mais Break e MCin' porque DJ, não diria, eu sou mais um divulgador de músicas.

Prov: Quando é que tiveste a ideia de querer fazer um album, ou quando é que viste que era possível, e que ia dar certo?

K: Senti a necessidade de fazer um album qdo atingi o + alto nivel... a standardização da minha qualidade...qdo senti que cresci musicalmente. Mas a início a primeira ideia qdo as pessoas entram pra fazer Hip-Hop é mesmo gravar um disco, sem muitos argumentos etc, mas comecei a pensar seriamente nisso a partir do ano 2000, há 2 anos atrás.

Prov: Foi por essa altura que começou a ser gravado

K: Ya, aquela altura que surge depois da música "Carta Aberta", que me motiva seriamente, porque é uma música que eu apareço a fazer uma crítica, então tinha que dar continuidade àquela crítica, não podia criticar e dpois cruzar os braços.

Prov: Qto ao album, produções, participações, estúdios...

K: Estúdios: Captação de voz, Ecos da Paz e a Raiva Produções. Agora, produção é que oi muto diversificada, o album foi maioritariamente produzido pelo Andro, mas também conta com beats do Viruz, 2 do NK (Sérgio Nogueira), 1 da Short Klan, 1 do Samurai e 1 do Grande L.

Prov: E qto a participações de Mc's??

K: Tem o Revolucionário & o Andro, que é a música que ainda não recebi, é a última que falta gravar, Brigadeiro Mata-Frakuxz em dois sons, uma do Grande L.

Prov: E dos sons que vão pro album tem algum que já tenha sido ouvido/divulgado? Ou são todas músicas novas?

K: Ya, a "Causas e Consequências", a música que eu actuo nos espectáculos e o "Tópicos pro artigo".

Prov: E quando é q o mambo ta planeado pra sair.

K: Fins de Outrubro , princípios de Novembro.

Prov: E como é q funciona essa dica das gravações com o Andro e o Revo que estão fora.

K: Os salos foram assim: Eles fazem lá a parte deles e eu aqui faço a minha, qto a minha participação no disco deles, vice-versa eu gravo aqui e mando o acapella.

Prov: E como é q o mambo vai sair, uma edição censurada ou sem censura?

K: Vai sair uma edição única, sem censura.

Prov: E onde é q pensas vender o album?

K: Basicamente será na minha casa, nos espectáculos, lá na LAC e na Raiva Produções. Porque vai ser uma cena meio artesanal e a discoteca Sony acho que não vai receber. Também, é uma forma de mostrar que os albuns não precisam de atingir a perfeição pra terem concorrência.

                                              

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